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Nutrição no TEA

Nutrição no TEA

Quanto antes as dificuldades alimentares forem identificadas e diagnosticadas, maiores são as chances de sucesso terapêutico e menor o tempo de intervenção. Por isso é preciso avaliação de uma equipe multiprofissional formada por fonoaudióloga(o) que avalia se há uma disfunção na modulação sensorial, que pode ser uma hipesensibiliade ou uma hipossensibilidade, se há um problema anatômico ou orgânico; terapeuta ocupacional que entra nas questões do processamento sensorial (percepção de sensações olfativas, gustativas, táteis, auditivas, visuais e proprioceptivas) de autonomia e de desenvolvimento motor; a psicóloga(o) que vai trabalhar as questões comportamentais e de habiliades sociais, a nutricionista que vai adequar a alimentação visando as questões nutricionais, vai guiar as demais terapias na expansão do cardápio, adequar toda rotina de alimentação, entrar com a terapia alimentar quando for necessário e a médica(o) neurologista ou psiquiatra que vai avaliar e acompanhar caso a criança necessite de interação medicamentosa.

A relação dos profissionais com os pais e cuidadores é de extrema importância, o programa de estimulação e manejo deve ser planejado cuidadosamente, respeitando as limitações desta família.

O nutricionista deve saber como é a rotina alimentar desta família, conscientizá-los sobre seu papel, engajá-los processo e criar estratégias adequadas para que a criança coma.

Nutrição no TEA

Comportamento alimentar

Comportamento alimentar, pode ser compreendido como as ações relacionadas ao comer (porque, como, quando, com quem, etc) conectados também aos pensamentos e sentimentos sobre a comida e o comer.

Seletividade alimentar

A seletividade alimentar é uma alteração comportamental ou sensorial que está presente em muitos casos de TEA. Esse comportamento pode ser transitório ou não e tem três características principais: pouco apetite, recusa alimentar e desinteresse pelo alimento. Além disso podem estar associadas a algum distúrbio do processamento sensorial ou a alguma incapacidade motora.

A intervenção dependerá do nível de restrição alimentar e dependerá de uma avaliação detalhada destes padrões alimentares.

Muitas crianças com TEA baseiam sua alimentação não só no sabor, mas também na questão visual, cheiro e textura. Algumas comem só determinados alimentos de determinada marca. A criança realmente não tem vontade de experimentar. Toda seletividade alimentar se já não tem, vai ter questões comportamentais associadas, nenhuma seletividade alimentar tem origem única, normalmente são multiplas e não adianta apressar, o trabalho é gradativo e cada criança tem seu tempo de resposta.

A deficiência nutritiva é comum no autista devido à restrição e preferência alimentar, à baixa qualidade nos alimentos preferidos e consumido, às dificuldades sensoriais que limitam bastante a variedade dos alimentos, aos problemas de mastigação e deglutição que muitos apresentam, às alergias e intolerâncias alimentares e ás desordens gastrointestinais. Por isso precisamos corrigir essas deficiências nutricionais, quebrar o ciclo de inflamações e alergias, se houver e fortalecer o sistema imunológico. O foco da terapia nutricional não deve ser somente fazer a criança comer, mas também proporcionar experiências prazerosas em relação aos alimentos e ao ato de se alimentar. O profissional escolhido deve formar e fortalecer um vínculo com a família e ir construindo aos poucos e em conjunto um modelo terapêutico personalizado e individualizado pois cada família tem sua essência, suas crenças e seus medos, e isso deve ser respeitado.

JANAINA LIMA - CRN2 10286P